domingo, 8 de abril de 2012

São 4:32 da manhã, e ainda não consegui dormir. Na verdade já estou deitada na cama desde às 23:00 horas, mas você não sai da minha mente e, pelo que me conheço bem, sei que esta noite vou te encontrar mais uma vez em meus sonhos. Assim como toda noite, vou dormir pensando em você e acordar do mesmo jeito. Mas a verdade é que eu não peguei esse papel e essa caneta para lhe escrever à toa; até porque se fosse para eu te contar que passei o dia pensando em você, teria que escrever-lhe todos os dias, já que penso em você a todos os momentos; e escrever isso todo dia seria muito repetitivo, cansativo e um tanto clichê, e de monótona já basta a minha vida. Resolvi te escrever porque hoje eu estava arrumando o guarda-roupa e eu acabei encontrando aquele meu velho vestido branco; aquele vestido até meio curto, que eu estava vestida quando te vi pela primeira vez, quando te conheci… quando tudo começou. Ele estava no fundo da última gaveta, estava amassado, embolado, surrado, já que da última vez que eu o vesti foi quando nos conhecemos e toda vez que eu vejo esse vestido, o quarto se transformada num rio de lágrimas. Não tem como conter as lembranças, é simplesmente inevitável não lembrar de tudo. E quando meus dedos, levemente umedecido com minhas lágrimas, tocaram esse vestido novamente, não pôde ser diferente. Chorei por cinco horas seguidas. Na verdade, estou torcendo pra minha mãe não ter ouvido nenhum barulho de choro. Abracei o vestido com uma força imensa, e chorei, tentando colocar todo aquele sofrimento pra fora. Naquele momento, lembrei de todos os momentos que passamos juntos, os bons e os ruins. Toquei suavemente aquele tecido branco pelo qual suas mãos já tinham passado, seus dedos já tinham tocado e, mesmo já fazendo muito tempo, procurei algum resquício de você. Tenho saudades. Te exclui de todas as redes sociais, deletei seu número da agenda do celular e agora estou tentando tirar você do meu coração e da minha vida. Motivos é o que não faltam. E, pra você ver, mesmo não faltando motivos para eu te esquecer de vez, o coração não permite. É como se eu tentasse deletar você do meu coração, e você fosse na lixeira e se restaurasse. Mas há um tempo que toda essa angústia me dominou. Então vou dar um tempo pra Deus, quem sabe ele não muda o meu destino, ou muda meus sentimentos, ou minha maneira de pensar, ou me mude, me transforme, e me faça uma garota ciente do que devo fazer com minha vida. Só te peço pra que você se cuide, dorme bem todas as noites, não se deixe abalar por nada; apesar de tudo não quero que você passe por tudo que passei, nem sinta tudo o que eu senti. E, por favor, não me encontra mais; quando me ver numa esquina qualquer, finge que não me conhece, que eu finjo que não te conheço. Não dificulta tentar te esquecer. Ainda te amo, talvez pra sempre. Só torço para que o tempo passe e esse sofrimento todo amenize. E hoje vou adormecer abraçando esse velho vestido, essa velha lembrança, essa velha saudade. Olha só! O papel já está todo molhado, com tantas lágrimas. Ma tudo vai ficar bem, eu sei, você sabe […] é o que sempre dizem, tudo vai ficar bem.

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